Quantos sapos a gente precisa beijar antes de um deles realmente virar príncipe?

Ok, ok, a imagem é bem clichê, mas não é isso que a gente quer? Além de ser respeitada no trabalho, ter os mesmos direitos, e ter saúde, e todas essas conquistas feministas que a gente aproveita mesmo que às vezes não dê o devido valor, a gente quer tudo isso e também amor. E também alguém que nos trate bem, que nos encha de beijos, e que nos acompanhe nos planos de família, viagens, filhos, essas coisas. Ou estou errada em querer tudo? Em achar que mereço tudo?

Então repito a pergunta: quantos sapos a gente precisa beijar antes de um deles realmente virar príncipe?

Esses dias passou na tevê um filme bem bobinho, chamado Qual seu Número?, com aquela atriz loirinha dos filmes do Todo Mundo em Pânico. O filme gira em torno da dúvida dela sobre se já saiu com muitos caras, se já transou demais, qual é o número médio de caras com quem uma mulher fica antes de encontrar o cara ideal.


Claro que “cara ideal” é um conceito bem flexível, o que é ideal pra mim agora já não significa a mesma coisa que significava há uns meses atrás, e o que é ideal pra mim pode não ser pra você, e até a Ally (a personagem principal do filme) perceber isso, ela ouve bobagem das amigas, da mãe, e se sente feliz até não poder mais. Ela ignora o que ela sente e o que ela acha certo para a vida dela, pra obedecer uma reportagem estúpida sobre com quantos homens a mulher pode transar sem ser demais.

Aí, como ela decide que não pode ultrapassar o número 20, que o vigésimo cara com quem ficar tem que ser o cara com quem ela vai casar, ela faz uma lista de todos com quem já transou pra escolher um deles, pra reatar com algum deles.

No filme, ela tem que passar por todos os ex, tem que rever todos os “erros” que cometeu, revisar todas as lições que aprendeu, até estar pronta pra encontrar o cara certo.

Licenças poéticas à parte, com quantos caras errados a gente precisa estar e aprender coisas até encontrar o cara certo?


Nessas minhas aventuras de solteirice, já fiquei com alguns. Cheguei a me apaixonar, a me entregar, fiz tudo o que pude para dar certo, mas ainda assim não deu, ou o cara sumiu, ou eu simplesmente me desinteressei. Então qual é o segredo, qual é a fórmula pra dar certo?

Antes de começar a namorar meu ex, eu saía bastante com as amigas, me divertia muito, beijava muito por aí, e estava tranquila. Quando conheci meu ex, não dei muita bola pra ele, nós conversávamos, nós ríamos pra caramba, mas eu nem cogitava ficar com ele. Acho que nem ele cogitava ficar comigo, ao menos não na época. A gente se divertia bastante, disso eu me lembro, e era uma coisa leve, e despreocupada. E começou aos poucos: sem que eu percebesse ele passou a ocupar todos os espaços livres que eu tinha, primeiro com jantares, depois com filmes à tarde, depois com almoços e cinemas e baladas. E quando eu percebi, já não conseguia mais pensar em fazer qualquer coisa sem convidar ele também.

Mas onde está a medida? Como é que a gente chega nessa tranquilidade? Quando é que a gente pode se sentir realmente pronta pra se apaixonar e amar de novo de verdade?

Acho que tenho que fazer como a personagem do filme, e não me preocupar mais com o que as pessoas acham que eu devo fazer, ou com quem devo me envolver. Não sei se vai ser tão engraçado e fácil como numa comédia romântica, mas ao menos é a minha vida, são as minhas escolhas. Vai que é isso que funciona.